ÁGUAS VIVAS
Para a proclamação do Evangelho e a edificação do Corpo de Cristo
Os peixes que acabam de pescar
Aquela manhã os discípulos tinham razões de sobras para sentir-se mal. Estavam tremendamente desalentados; tinham trabalhado toda a noite, e não tinham pescado nada. Mas talvez o pior fosse que, depois dos três anos e meio de andar com o Senhor, eles tinham tido que voltar para as suas tarefas habituais.
Por isso, quando aparece aquele Homem na praia, e lhes pergunta se acaso tinham algo de comer, eles se vêem obrigados a reconhecer que não tinham nada.
É assim também conosco. Quantas vezes os frutos de nossos esforços são vãos, incapazes de satisfazer ao Senhor? Quanto dos nossos afazeres é uma mera atividade, sem nenhuma consistência? No entanto, o Senhor não recrimina os seus discípulos, mas lhes oferece uma imediata solução. Se eles lançassem a rede à direita do barco, achariam.
Os discípulos só tiveram que obedecer e a rede se encheu de peixes. Nunca tinham pescado tanto de uma só vez. Estavam assombrados. Então, eles reconhecem ao Senhor, e vão a ele, alvoroçados.
O Senhor lhes diz: “Tragam dos peixes que acabais de pescar”. Que estranho soa “...que acabais de pescar”! Em sua bondade, ele lhes atribui o mérito da pesca ao lhes dizer: “...que acabais de pescar”. Mas na realidade a única coisa que eles fizeram durante essa longa noite sem ele foi fracassar. Se agora tinham peixes era porque ele os tinha dado. O mérito não era deles, mas sim dele. Eles sabendo disso, poderiam, então, gloriarem-se em si mesmos?
Todos os que servem de verdade ao Senhor, sabem que o autor de toda frutificação é ele. Por isso, quando chegar o dia final, quando as recompensas forem entregues a cada servo, eles porão as suas coroas aos Seus pés. Nada irão atribuir a si mesmos, embora ele, em sua bondade, atribua o mérito a eles.
Que servo tem sido mais bem tratado por seu amo que nós? Que servo recebe inteiramente os recursos do seu amo para que em seguida lhes conte como seus? Não, Senhor, não diga que nós os pescamos; nós não pescamos nem um pequeno peixe! Todos são teus, absolutamente teus!