Os que perdem a festa (2)

Além dos pecados, há uma segunda razão pela qual nós podemos perder a festa. Nossa atitude egoísta e fria para com os nossos irmãos. Em Lucas 15:11-32 vemos o relato do "filho pródigo". Neste relato, o pai representa a Deus, que é bom, misericordioso e perdoador, o filho mais velho representa o fariseu que quer ser reconhecido por sua justiça e que não tem amor por seus irmãos, e o filho mais novo representa o pecador arrependido.

Neste relato fica manifesto os corações desses três personagens. Quando o mais novo volta de seu extravio, o pai manda fazer uma festa pela chegada do que se perdeu e é recuperado. Mas o irmão mais velho tinha um sentimento diferente do pai. Ele estava aborrecido pelo que tinha feito o seu irmão, e então ele declara a sua opinião que sempre esteve pensando; ficou manifesto o seu coração ferido, e começa a mostrar o seu currículo, reclamando os seus direitos.

Ao ler o relato nos chama a atenção ver que o filho mais velho não conhece bem o coração de seu pai, porque se o tivesse conhecido, não teria se surpreendido com o acolhimento dado a seu irmão. Pelo jeito, ele estava habituado só a obedecer ordens (v. 29: "Jamais te desobedeci"). Não conhece a tristeza do pai pelo filho ausente; nem a esperança que a cada manhã tinha de vê-lo retornar. Ele se refere a seu irmão mais novo de maneira menosprezadora. Diz ao pai: "Mas quando veio este seu filho...", como dizendo: "É teu, eu não tenho nada a ver com ele". Não o chamou "meu irmão".

Muitos de nós temos este tipo de coração, seja quando um irmão nos defrauda, ou cai em algum pecado, ou não pensa como nós. O alijamos de nosso coração, e quase não lhe consideramos irmão. E caso tenha ido, dá no mesmo se retornar, e até nos gloriamos de nossa própria fidelidade ao Senhor. Com isto, o irmão mais velho perdeu a festa, o gozo, a dança, o banquete, por seu egoísmo, por suas raízes de amargura, e porque pensava que ele tinha a razão, e não o seu pai.

Às vezes, nós fazemos igual, cremos que as coisas devem ser assim como nós pensamos, e com esta atitude, estamos quase dizendo ousadamente: "Eu sou mais sábio que o Pai". Devemos soltar essas ataduras, e olhar o coração do Pai, que é bom e misericordioso, e a unica coisa que quer é que nós gozemos com nosso irmão mais novo. Ele quer ver-nos juntos, por isso diz: "Rogava-lhe que entrasse". Ele queria que seus filhos se reconciliassem, que se perdoassem, que participassem juntos do regozijo. Só assim seu gozo seria completo.

Isso, sem dúvida, é o mais grave. Quando recusamos participar da festa por pequenez, afligimos o coração do Pai. O Salmo 133 diz que é bom estar os irmãos juntos e em harmonia, porque ali, o azeite que desce da Cabeça, que é Cristo, alcança todo o corpo, a igreja. Não percamos a festa. Arrependamo-nos de nosso coração egoísta, frio e menosprezador.

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