Serviço espiritual (1)

Por que o serviço espiritual vai precedido de uma espera, segundo o nosso parecer muito longo? Por que não nos é dado dar fruto espiritual logo que tentamos servir a Deus?

Quando nos consagramos a Deus normalmente queremos sair 'disparados' a prestar um serviço espiritual; mas normalmente esse primeiro intento é fracassado. Por quê? Porque desconhecemos a corrupção da nossa carne e a sua impossibilidade de servir a Deus. Então Deus nos conduzirá por uma experiência chave que permitirá nos conhecer e conhecer de verdade a ele. Antes de poder usar um homem, Deus se assegura de que esteja habilitado para fazê-lo, que a força utilizada nesse serviço e o fruto produzido serão de Deus.

No Antigo Testamento há um episódio na vida de Israel que ilustra isto (Num. 17). Depois da rebelião de Coré, Deus indica uma forma de demonstrar quem em Israel tinha o ministério e os que não. Ordena a Moisés que tome uma vara para cada tribo e a apresente diante do tabernáculo. Todas as varas estavam secas, sem vida. "Florescerá a vara daquele que eu escolher", disse o Senhor.

Assim também é no nosso caso. Quando nos consagramos, oferecemos a nossa vara diante do Senhor (não diante de uma causa humana, por melhor que seja, mas sim para o Senhor). Mas esta vara está morta, porque nós estamos impossibilitados de prestar um serviço espiritual. Cada vara leva o nosso nome (porque a consagração é pessoal), e a escuridão e silêncio da longa noite indica que em nós não há vida. Toda esperança em nós mesmos se desvanece.

Recém amanheceu, e a vara de Arão, da tribo do Levi, floresceu. Deus fez um milagre nessa vara, pois não só reverdeceu, mas também floresceu e deu frutos. Isso demonstrava que Arão tinha o ministério no santuário. Este serviço não procedia das habilidades de Arão, mas sim da vida de ressurreição outorgada por Deus.

Quem pode produzir vida a não ser Deus? Quem pode sair da morte a não ser Cristo ressuscitado? O que podemos fazer sem ter passado por aquela longa noite, é nosso, e não tem valor espiritual. É preciso que o nosso mora, e que Deus tire vida dessa morte para podermos servir-lhe. A espera representa, então, a morte do nosso, até que chegue a manhã da ressurreição. Nessa noite nos damos conta que nós não podemos.

Toda nossa boa opinião de nós mesmos cai notoriamente. Os nossos sonhos de grandeza se dissipam. A nossa vaidade pessoal é posta severamente em xeque. Tudo o que tentamos fazer para Deus fracassa. Em vez de abençoar, causamos dores e confusão. Criamos inimizade com os homens, e desagradamos a Deus. Há confusão, desconcerto. Chegamos a nos desesperar.

Mas então, do fundo da nossa alma, eleva-se um clamor desesperado. Pedimos misericórdia; rogamos que a mão de Deus nos toque e nos vivifique. Já não há esperança em nós. E então Deus, que é rico em misericórdia, nos sara do nosso grave mal e nos levanta a vida, uma vida nova. Agora podemos lhe servir no espírito.

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